quarta-feira, 11 de julho de 2007

O Condez

Quem na cidade não teve a infelicidade de se cruzar com esta personagem do Mal?

Era frequente, quando saíamos do Liceu, sermos abordados pelo Condez, sozinho ou acompanhado da sua irmã (?) lésbica (?). Apanhava-nos no corredor junto à Igreja ou então no túnel ao pé da Panificação. Não era muito fixe ser catado, ainda por cima por um drogado de merda, todo queimado do cavalo, sem dentes e com as unhas de um javardo. Mas como escapar? Íamos ali tipo carneirinhos p'rá matança!

Depois começámos a tentar perceber da sua presença logo no portão da saída. E assim íamos pela rua do lado, onde havia um café com um granda cheiro a fritos, ao lado do sítio onde ainda hoje se paga a água. Começámos, a pouco e pouco, a ser mais espertos do que a família Condez, o que também não era muito difícil. Éramos putos e quando se é puto demora-se um bocado a encontrar as soluções para problemas complexos.

O episódio mais hilariante e sádico foi, uma vez, em que o D. tinha ido buscar a chave da sede dos escuteiros. No regresso foi apanhado pelo Condez e teve de lhe dar várias moedas de vinte escudos que tinha consigo. E nós a ver a cena. Como não podíamos fazer nada (quem teria coragem de mexer uma palha), rimos e gozámos com o D, pelo seu descuido ao ser apanhado.

Passado uns tempos, no mesmo local, fomos todos assaltados por um bando de 15 ou 20 chungas oriundos da cidade vizinha. Foi bem feita por termos gozado com o D. Nós merecemos.

1 comentário:

Caleja disse...

Lembro-me pouco do Condez e da sua, não menos famosa, irmã. Mas o que guardo com especial saudade é o cheiro desse café. Em criança, sempre que vinha da Escola Primária, em direcção ao ATL, onde para almoço me esperava um Red Fish assado no forno com batata cozida toda resmenga e já mastigada, pensava sempre nos sortudos que estavam a deliciar-se nesse establecimento.
As saudades que eu tenho de um belo Bife à óleo...