terça-feira, 3 de julho de 2007

"Falta o dinheiro de um bilhete. Quem é que aínda não pagou?"


Corria o longínquo ano de Mil Nove e Oitenta e Oito (ou Nove), quando vi, pela primeira vez, Frank Dux a lutar completamente cego (o que a porcaria de um comprimido moído não faz à vista) num torneio mortal de Kumite.
Esta recordação, que aínda hoje marca a minha vida e ajudou a moldar a minha personalidade, só foi possível graças ao cinema que hoje já não existe, D. Pedro - King.
Este local de encontro, cultura, tertúlia, catanço e de iniciação ao "mamar na boca", morreu. Hoje não há cinema na nossa terra. Já não há um sítio onde se possa ver todo o lixo que o cinema produz (até lá vi filmes portugueses e dobrados em português!! tava mesmo agarrado...).
Estava inserido num centro comercial, onde pontificavam grandes superficies e comerciantes. Ainda sinto o cheiro dos Croissants do Lago e ouço as histórias "dos putos" do Perereirasss.

A morte foi lenta e dolorosa. Nunca mais lá voltei. Uma boa parte da cidade morreu ali.

Cumpriu a sua função pedagógica e social. Se me questionarem se sei"mamar na boca", direi que sim, pois foi ali que tudo aprendi.

3 comentários:

JLM disse...

Pereirasss! Fdx! Já não me lembrava desse sócio...

Anónimo disse...

You are next!

RQ

Anónimo disse...

Tenho para mim que o cinema só acabou precisamente porque deixámos de lá ir. Afinal de contas há que não esquecer que devíamos ser os responsáveis por mais de 90% das receitas que aquilo tinha, ou não estivéssemos lá batidos todas as semanas.

Recentemente tive que entrar novamente no Centro Comercial (já lá não ía há bastante tempo) e descobri que o cinema deu lugar a uma igreja evangélica, que o piso de baixo é só coisas de africanos e que tão cedo não volto a lá meter os pés...

Zéééééééééé