quarta-feira, 25 de julho de 2007

No Voice Man

Não, não é nenhuma personagem de banda desenhada, nem se pode dizer com propriedade que é uma personagem da cidade (e os caros leitores já viram como esta espécie está longe de estar em vias de extinção). Esta é também uma história algo oculta mas que já valeu barrigadas e barrigadas de riso. Vamos lá ver se a consigo contar sem distorções narrativas.

Uma vez, ia eu a sair do comboio (acho que já andava na faculdade, não me lembro), aparece-me um sócio que tinha andado comigo no karaté. Era um tipo porreiro, tímido e cuja característica principal era não ter voz. Quer dizer. Tinha voz mas era uma não-voz. Era o que se costuma nomear como um "fala para dentro" (não confundir com "caga para dentro" que são pessoas com outros problemas de garganta).

Assim, este bacano do qual não me lembro agora o nome, apanha-me de surpresa e começa-me a fazer perguntas sobre a minha vida, coisa que eu odeio que estranhos me façam (ele não me era totalmente estranho mas nunca fomos os melhores amigos; acho mesmo que até nunca lutei com ele nos treinos).

Do seu rol infinito de perguntas a que fui respondendo com as minhas esquivas de bruce lee, a última rebentou comigo pois tinha a ver com o que eu ia fazer a seguir. Mau, isso já é demais. Não pensem os caros leitores que o rapaz se iria tornar um stocker, ele queria mesmo apenas converseta. ele sai-se com esta (imaginem agora um som cavo e fundo): "então, vais para a escolinha?..."

Eh pá, mas quem é que este gajo julga que é para me falar assim. Escolinha? Com aquela voz era mesmo um diminutivo que eu estava a espera de ouvir! Para além do mais já não ouvia a palavra escolinha desde que andava na primária e o meu pai dizia-me: "vai-te deitar que amanhã é dia de escolhinha".

Então o No Voice Man julgava que com o meu corpanzil eu ainda andava na escolinha?! Respondi-lhe já não sei o quê. A primeira vez que contei esta história ri-me tanto, tanto, que quase não conseguia chegar ao fim.

Parece estúpido, eu sei. Mas foi assim.

Já agora, que falamos de escola, peço ao Caleja que nos conte a história da expressão: Tás com pressa, então vai pr'a escola!" Vá lá...

1 comentário:

asvezesanoite disse...

Por momentos pensei que estavas a falar no Ti-nó-nin