sábado, 22 de dezembro de 2007

Perestroika

Existem concursos muito estúpidos, mas o mais surreal é que existem pessoas que os procuram na esperança de ganharem o el dorado. Conheço um bacano, gajo porreiro, aliás, muito maneiras, que tem faro para este tipo de cenas. Uma vez, em pleno 4 Caminhos, ganhou uma t-shirt de uma rádio local porque acertou na música da Maria de Lisboa que estava a tocar. Após esse sinal, que demonstrava que tinha queda para concursos, andou mais de 6 meses com o Frei Luis de Sousa (a obra de Almeida Garret, não o Frei, em pessoa) na mochila na esperança que o abordassem com a seguinte questão:

- "Tem o Frei Luis de Sousa, edição Europa-América, consigo? Se for o caso, você é o feliz vencedor de bué infinitos milhões de guita!!!! (guíta aqui como sendo dinheiro e não um bocado de corda mal feito, nem mesmo um sócio nada maneiras, tipo girafa, sem vida e vontade própria que habitava no liceu local e que um dia levou porrada mesmo após ter lanchado várias vezes em casa do seu agressor)"

Mesmo tendo algum sucesso em concursos desta natureza a dita abordagem nunca foi feita. Há quem diga que fez mal os cálculos, pois foi várias vezes questionado se teria consigo os dicionários de Latim-Português e Português-Latim, mas pela sua professora. Como a resposta era sempre negativa nunca teve grande sucesso nesta disciplina.

Certo dia, já descrente da sua imagem de Gastão sortudo, foi abordado na rua para tentar acertar qual o russo mais famoso do mundo. Era um concurso caído do céu. Era uma resposta de escolha múltilpa. Teria que optar por Ivan Danko ou Ivan Drago (vide imagem em cima). Seriam eles irmãos, questionou com astúcia, já que eles tinham o mesmo nome? A verdade é que não pensou muito. Virou-se para a menina que o interpelou e disse:

-" O russo mais famoso que eu conheço? Não é nenhum desses dois. E aposto que todos nesta rua lhe vão responder o mesmo."

Virou costas e bazou sem sequer se preocupar se tinha perdido o concurso.

ps: sei que estão curiosos em saber qual é o russo mais famoso da rua. Terão que aguardar por 2008. Comam as doze passas e formulem esse desejo. Se o fizerem eu voltarei com a resposta. Stay e behave.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um Feliz Natal e umas Boas Entradas


Não, não estou a falar de entradas (falta de cabelo na testa recuada, tipo pista de aterragem) ou de entradas (gambas al alhinho...). Falo mesmo de umas boas entradas no novo ano. Por este dias, na cidade, é comum irmos na rua e aparecerem amigos e companheiros de outrora que nos desejam: "Eh pá! Umas boas entradas!" ou o mais vulgar "Entra bem" ou "Entra com o pé direito, ou com os dois pés"...
Enfim, à parte destes pormenores do burgo, queria aqui exprimir os meus votos de um grande Natal para os estimados leitores. Este deverá ser um dos primeiros natais em que não vou beber no dia 24 um Favaios na Cervejaria A. com o meu amigo G. que anda por esse país longínquo chamado "Estrangeiro" onde se fala "Estrangeiro", língua que o G. domina na perfeição!
Por isso deixo uma imagem do Favaios. À vossa saúde!
Feliz Natal e umas Boas Entradas!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Hey, CJ! Não ponhas a tocar essa canção pra mim!

Não. Não vou falar nem da Baywatch nem sequer das idas à praia de Carcavelos logo após a realização das provas globais ou dos exames nacionais. Não vou, desculpem. Não vale a pena tentar. Podem relembrar-me das numerosas rasteiras que faziamos às nossas colegas, das bolas de areia, tipo "bomba", que lhes atirávamos sem piedade e, até mesmo, dos croquetes gigantes em que as tornávamos, logo após "o último banho do dia". Mesmo assim, não vou falar nisso.
Desta forma, a foto em anexo serve para chamar a atenção mas também para enquadrar a temática deste post, a nossa conterrânea, C.J.
Quem privou com ela, mesmo aqueles que não tinham a certeza, sabe que entre a nossa CJ e a da foto, há poucas semelhanças. Talvez a única coisa em comum entre ambas, é que nenhuma delas foi à praia comigo.
CJ deixou um legado fraquito na nossa memória mas ensinou-nos que as relações entre as pessoas não deveriam ser complicadas. Para ela, não há necessidade de se conhecer, minimamente, alguém para se conviver com essa pessoa. O seu pensamento era simples: "Uma pessoa, uma turma, um liceu, o Mundo, um Ser (seja ele qual for e qual a sua natureza), pode, devido à sua simples existência, ir à minha festa de aniversário. Eu sei que haveremos de ter algo em comum. Se por acaso não tivermos nada em comum sempre é mais uma prenda quida que recebo". No seguimento desta lógica, assisti a uma selecção criteriosa de convidados para mais um feliz aniversário de CJ, que passo a citar:

CJ - Olá, tudo bem? Vens à minha festa no sábado, no chinês do Jôta Pimenta?
Tuts Figas Cospe Fogo - Queria muito, mas não vai dar.
CJ - A sério, porquê? Era tão importante para mim que fosses...
T.F.C.F. - Sendo assim...
CJ - Pois, porque com 200 jantares, os chinezinhos oferecem 2 e uma garrafa de água ardente de lagarto só com 5 meses fora do prazo. O lagarto já quase em jacaré.
T.F.C.F. - É que vou jantar com a minha namorada que mora no Cacém e estuda em Benfica e só a vejo ao fim de semana.. Tu és importante, mas talvez me safe com uma esféfia, percebes?
CJ - Mas ela vem também!
T.F.C.F. - Népia, vocês nem se conhecem.. Ela ia ficar à nora.
CJ - Ela mora no Cacém. Estuda em Benfica, certo? E desloca-se de comboio?
T.F.C.F. - Confere.
CJ - Passa, por dia, em Queluz-Massamá e Queluz-Belas, pelo menos 4 vezes.
T.F.C.F. - Sim, e?
CJ - Há muito Queluz na vida dela!! Quase aposto que vamos ser grandes amigas. Tá decidido, até vai ficar na mesma mesa que o Capitão Robi.
T.F.C.F. - O Jorge Veríssimo Monteiro? Aquele que tem uma "cauda" de 27,5 cm?
CJ - Cauda? Pensava que era um cachecol..
T.F.C.F - O que tens tu em comum com ele?
CJ - É que eu tenho casa na Coina e ele já lá foi.
T.F.C.F. - À tua casa?
CJ - Não, à Coina. E gostou muito. Diz que ainda espera lá voltar, pois só por uma vez esteve todo lá dentro.
T.F.C.F. - Pudera... com 27.5cm de marro..
CJ - O quê? Não percebi, falaste baixo.
T.F.C.F. Nada, tava a dizer que tá combinado. Fica bem.

Da festa em questão reza a história que foi de arromba, sendo mesmo eternizada numa canção de Joaquim Barreiros, o famoso cancenotista ligeiro português:

"Fui aos anos, fui aos anos
Coisa boa essa festança
Conheci novas amigas
E depois foi sopa e dança."